Incompetência ou má fé?



Governo do Estado quer trocar arrecadação de R$ 3 bilhões por R$ 300
milhões e ainda doar à iniciativa privada serviços da Cedae na Barra da Tijuca

A história se repete. Eleitos com a bandeira de não privatizar a Cedae, Anthony Garotinho e Marcello Alencar cada vez se parecem mais. Marcello privatizou a Cedae em Campos e na Região dos Lagos, e agora Anthony Garotinho inicia o processo de privatização da companhia na Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá. O que as duas privatizações têm em comum? Marcello recebeu um valor simbólico para entregar todos os investimentos da Cedae na Região dos Lagos. E Garotinho vai também receber um valor simbólico para doar a Região da Barra, Recreio e Jacarepaguá. Hoje, o consórcio internacional Prolagos condiciona o inicio da primeira etapa da construção do sistema de esgotamento sanitário da Região dos Lagos à liberação de financiamento pelo BNDES e Caixa. Já para os serviços na Barra, o governo Garotinho prevê investimentos de R$ 300 milhões a serem feitos pela empresa vencedora da licitação. Em contrapartida, vai doar à concesionária vencedora um faturamento, projetado no edital, de R$ 3 bilhões. E por esta outorga o Estado receberá apenas R$ 20 milhões à vista e 10% da arrecadação mensal - cerca R$ 300 milhões, ao longo de 15 anos, para serem divididos entre Estado e Município - que a empresa privada poderá recuperar em apenas quatro meses, tendo em vista que o faturamento atual da Cedae na Barra é de R$ 7,8 milhões/mês. Além disso, o edital não exige investimentos nos primeiros meses, o que dará tempo à empresa privada vencedora de buscar os recursos necessários junto ao BNDES - R$ 299 milhões, que certamente serão pagos pelos consumidores, através da tarifa. Um presentão, para ninguém botar defeito.




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