Eleito por uma coligação de partidos de esquerda contrários à privatização dos serviços públicos, o governador Anthony Garotinho, imitando FHC, "virou a casaca", e, se comportando como um autêntico neoliberal, anunciou que vai privatizar os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá. Garotinho se esqueceu de que foi eleito por ser oposição a Marcello Alencar, que castigou o Estado do Rio com as privatizações da Cerj e da CEG. Hoje, a população não sabe a quem reclamar para resolver os impasses provocados pela ganância das concessionárias privadas, que colocam em risco a vida dos consumidores.
Os jornais vêm publicando o drama vivido por várias famílias obrigadas a deixar as suas casas devido a vazamentos de gás canalizado. A CEG diz que o problema não é seu. A agência reguladora não funciona e o governador ignora a questão, ao lado da companheira Benedita da Silva, do PT; do prefeito Luís Paulo Conde, do PFL; e do presidente da Alerj, Sérgio Cabral, do PMDB. Aliás, os rumores são de que Garotinho, que já foi do Partido Comunista e do Partido dos Trabalhadores, estaria pensando em trocar o PDT pelo PMDB, apesar de sua postura neoliberal. O jornal da Aseac fez uma retrospectiva dos seus 18 últimos números, nos quais o ainda candidato prometeu lutar até a sua última gota de sangue contra a privatização da Cedae.