Loteamento da Cedae ameaça atendimento ao interior do Estado



A decisão do governador Garotinho de privatizar os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário na Barra, Recreio e Jacarepaguá vai dividir o município do Rio de Janeiro em banda rica e banda pobre. A primeira dispõe de poder econômico para bancar a iniciativa privada e gerar uma nova fonte de receita para Estado e município; e a segunda - a banda pobre - predomina no restante da Zona Oeste, com carência evidente, principalmente na Zona da Leopoldina, onde existem favelas que há muito aguardam o olhar piedoso dos governantes. Por sua vez, a divisão da receita com o prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, nessa privatização poderá representar também "a morte lenta" dos sistemas de saneamento do interior, com graves conseqüências para a população de todo o Estado.

A opinião é da direção da Aseac, ao classificar a medida como mais um desrespeito do governador e do prefeito à população que elegeu Garotinho. Para o presidente da Aseac, Dario Mondego, a atitude do governador só contribui para desacreditar os políticos, pois Garotinho, enquanto candidato, foi crítico ferrenho da política privatista praticada por seu antecessor, Marcello Alencar, que, com exceção da Cedae, conseguiu entregar quase todo o patrimônio público do Estado ao setor privado. "Agora, depois de eleito, o governador nega suas promessas e compromissos para concluir o trabalho iniciado pelo governo anterior, consentindo a transferência do saneamento em Campos e Niterói e tomando a iniciativa de privatizar os serviços na Barra, Recreio e Jacarepaguá".




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